Vitrúvio e o templo dórico grego
comparando a fonte textual e a evidência arqueológica
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v34i1.854Palavras-chave:
Vitrúvio, templo dórico, arquitetura grega, proporções, módulosResumo
Vitrúvio atestou no seu tratado De Architectura que aprendeu o seu ofício com os mestres gregos. No livro 4, ensina como deve proceder um arquiteto que deseje construir um templo de ordem dórica. Ele apresenta um esquema de regras que tem como fundamento o módulo, e este deverá ser a medida que padroniza todo o sistema da edificação. Aferir se realmente os templos gregos seguem os seus princípios sempre foi algo que fascinou os arqueólogos, uma vez que as proporções são muito controversas. Objetivamos aqui discutir a descrição histórica do templo dórico e confrontá-la com uma amostra de 63 edifícios (séc. VI-II a.C.). Para isso, abordamos diversas passagens do tratado. Os dados revelam que na amostra temos vários exemplos que atendem às recomendações de Vitrúvio; contudo, esses não se aplicam à maioria dos casos. Isso já era esperado, uma vez que ele apresenta um esquema rígido de concepção, e o tratado foi escrito somente no final da República Romana, ca. 27 a.C.
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