Linear B: a especificidade de uma evidência e sua contribuição para os estudos micênicos

Autores

  • Ana Claudia Torralvo Doutoranda do Departamento de Antropologia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v11i11/12.454

Palavras-chave:

Linear B, escrita, tabletes, micênico, minóico, administração palacial, proto-história grega.

Resumo

Temos dois momentos na história da arqueologia proto-histórica grega, divididos em antes e depois da descoberta dos três tipos de escrita egeana. Com o deciframento do Linear B em 1952, por Michael Ventris, e a importantíssima constatação de que a língua grafada nessa escrita era o grego, ocorre uma verdadeira revolução no quadro histórico até então estabelecido pelos arqueólogos: Creta, onde se desenvolveu a cultura minóica e cuja língua nos é desconhecida até hoje, em um certo momento de sua história, foi dominada pelos micênicos, falantes de grego vindos do continente. A partir daí, os arqueólogos começaram a trabalhar em conjunto com os epigrafistas para rescrever a história do Egeu durante o segundo milênio a.C. Um novo universo é revelado pelos tabletes, embora eles contenham apenas registros administrativos relativos à época da destruição dos palácios onde foram encontrados. Esses tabletes fornecem dados importantes sobre a divisão territorial dos reinos micênicos; registros de oferendas com nomes de deuses, na grande maioria os do mesmo período histórico; divisão de trabalho; títulos de dignátarios e outras informações sociais; topônimos. A cada novo tablete encontrado e a cada nova conquista epigráfica, um pouco mais da Grécia proto-histórica é nos revelada, reconstituindo-se com mais precisão o quadro histórico real desse período dominado pelo universo lendário e mitológico.

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Publicado

1999-12-04

Edição

Seção

Escrita e Oralidade no Mundo Antigo

Como Citar

Torralvo, A. C. (1999). Linear B: a especificidade de uma evidência e sua contribuição para os estudos micênicos. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 11(11/12), 149-157. https://doi.org/10.24277/classica.v11i11/12.454