O conceito de ambiguidade produtiva com alguns exemplos da Ilíada 2
DOI:
https://doi.org/10.24277/classicaj.35.2022.996Palavras-chave:
Ilíada , Homero , Livro 2 , ambiguidadeResumo
O objetivo deste artigo é apresentar e elucidar o conceito de “ambiguidade produtiva” para o estudo da poesia homérica e outros textos literários. Após a introdução, apresento uma elucidação teórica do conceito, partindo de uma noção geral de ambiguidade e identificando três características da ambiguidade produtiva: seu caráter insolúvel (nenhuma alternativa pode ser descartada por motivos textuais ou linguísticos), sua persistência (ambas as alternativas são adequadas ao contexto e contribuem para a interpretação do texto) e sua produtividade (a própria ambiguidade contribui para a interpretação do texto). Na terceira seção, analiso quatro passagens da Ilíada 2: 2.73, 285, 340-9 e 807, estudando em cada uma a origem da ambiguidade e demonstrando que ela cumpre as três características para ser considerada produtiva.
Downloads
Referências
ABRITTA, Alejandro. κόσμον ἐμῶν ἐπέων ἀπατηλὸν [“El engañoso orden de mis palabras”]: Un análisis coral del poema de Parménides, con traducción y comentario textual. Buenos Aires: Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires, in press. Available: https://www.researchgate.net/publication/340126829_Un_analisis_coral_del_poema_de_Parmenides_con_traduccion_y_comentario_textual.
ALEXANDER, Caroline. The Iliad. New York: Harper Collins, 2015.
AMEIS, Karl Friedrich; HENTZE, Karl. Homers Ilias. Vol. 1, part 1. Leipzig: Teubner, 1884.
BATTEZZATO, Luigi. Ambiguity. In: ROISMAN, Hanna M. (ed.) The encyclopedia of Greek tragedy. London: Wiley-Blackwell, 2013, p. 96-8.
BEEKES, Robert. Etymological dictionary of Greek. With the assistance of Lucien van Beek. Leiden: Brill, 2010.
BRÜGGER, Claude; STOEVESANDT, Magdalene; VISSER, Edzard, et al. Homers Ilias. Gesamtkommentar, Band II: Zweiter Gesang (B), Faszikel 2: Kommentar. Berlin: De Gruyter, 2010.
BURGESS, Jonathan S. The Death and Afterlife of Achilles. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2009.
CHRISTENSEN, Joel P. Reconsidering ‘good’ speakers: speech-Act theory, Agamemnon and the Diapeira of Iliad, II. Gaia, v. 18, p. 67-82, 2015.
COOK, Erwin F. Agamemnon’s test of the army in Iliad Book 2 and the function of Homeric Akhos. American Journal of Philology, v. 124, p. 165-98, 2003.
DE JONG, Irene J. F. A Narratological commentary on the Odyssey. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
DU SABLON, Vincent. Le système conceptuel de l’ordre du monde dans la pensée grecque à l’époque archaïque. Τιμή, μοῖρα, κόσμος, θέμις et δίκε chez Homère et Hésiode. Dissertation (Docteur en Histoire) – PhD Program in Université Catholique de Louvain, Louvain-la-neuve, 2009.
EMPSON, William. Seven types of ambiguity. London: Chatto and Windus, 1949.
ERBSE, Hartmut. Scholia graeca in Homeri Iliadem (Scholia Vetera). v. I: Praefationem et scholia ad libros A-D continens. Berlin: De Gruyter, 1969.
FARRELL, Joseph. Intention and intertext. Phoenix, v. 59, p. 98-111, 2005.
GADAMER, Hans-Georg. Truth and method. Trans. rev. by Joel Weinsheimer and Donald G. Marshall. London: Continuum, 2004.
GARCÍA BLANCO, José; MACÍA APARICIO, Luis M. Homero. Ilíada. v. 1, reprinted. Madrid: CSIC, 2014.
HEBEL, Volker. Untersuchungen zur Form und Funktion der Wiedererzählungen in Ilias und Odyssee. Dissertation (PhD) – PhD Program in Ruprecht-Karls-Universität, Heidelberg, 1970.
HEIDEN, Bruce. Common people and leaders in Iliad Book 2: the invocation of the Muses and the catalogue of ships. Transactions of the American Philological Association, v. 138, p. 127-54, 2008.
JENSEN, Minna Skafte. Writing Homer. A study based on results from modern fieldwork. Copenhagen: Det Kongelige Danske Videnskabernes Selskab, 2011.
KELLY, Adrian. Homeric battle narrative and the Ancient Near East. In: CAIRNS, Douglas; SCODEL, Ruth (ed.). Defining Greek narrative. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2014, p. 29-54.
KIRK, Geoffrey Stephen. The Iliad. A commentary. v. I. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.
KLEIN, Jared S. Homeric Greek αὖ: A synchronic, diachronic, and comparative study. Historische Sprachforschung, v. 101, p. 249-88, 1988.
KUKKONEN, Karin. Fantastic cognition. In: BURKE, Michael; TROSCIANKO, Emily T. (ed.). Cognitive literary science. Oxford: Oxford University Press, 2017, p. 151-68.
LEAF, Walter. The Iliad, edited, with apparatus criticus, prolegomena, notes, and appendices. London: Macmillan and Co., 1900.
PORTER, Andrew. Agamemnon, the pathetic despot: Reading characterization in Homer. Washington DC: Center for Hellenic Studies, 2019.
RENEHAN, Robert F. Conscious ambiguities in Pindar and Bacchylides. Greek, Roman, and Byzantine Studies, v. 10, p. 217-28, 1969.
SAMPSON, Christopher Michael. Themis in Sophocles. PhD thesis – PhD Program in the University of Michigan, Michigan, 2009.
SCODEL, Ruth. Credible impossibilities. Conventions and strategies of verisimilitude in Homer and Greek tragedy. Stuttgart: Teubner, 1999.
SPINA, Luigi. L’oratore scriteriato. Per una storia letteraria e política di Tersite. Napoli: Loffredo, 2001.
STANFORD, William Bedell. Ambiguity in Greek literature. Studies in theory and practice. Oxford: Blackwell, 1939.
THALMANN, William G. Thersites: Comedy, scapegoats, and heroic ideology in the Iliad. Transactions of the American Philological Association, v. 118, p. 1-28, 1988.
TURKELTAUB, Daniel. Perceiving Iliadic gods. Harvard Studies in Classical Philology, 103, p. 51-81, 2007.
VON DER MÜHLL, Peter. Die Diapeira im B der Ilias. Museum Helveticum, v. 3, p. 197-209, 1946.
WEST, Martin Litchfield. Homeri Ilias. 2 v. Munich: Teubner, 2006.
WEST, Martin Litchfield. The Making of the Iliad: Disquisition and analytical commentary. Oxford: Oxford University Press, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Alejandro Abritta
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.