Tradução de Sobre as oposições de virtudes e vícios ou Segundo discurso a Eulogio, de Evágrio Pôntico
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v35i1.972Palavras-chave:
Monasticismo; Evágrio Pôntico; Antiguidade Tardia; Demônios; Sete Pecados Mortais; Virtude; Ascese; Cuidado de Si.Resumo
Tradução do texto Sobre as oposições de virtudes e vícios de Evágrio Pôntico com uma breve introdução. Trata-se, muito provavelmente, de um opúsculo que acompanhava o texto maior A Eulogio, sendo este uma apresentação de elementos básicos da vida monástica, por isso chamado de O Segundo discurso a Eulogio. Sobre as oposições de virtudes e vícios apresenta em forma condensada o texto A Eulogio, descrevendo sinteticamente a doutrina básica das divisões (em oito ou nove) dos demônios que fazem batalha aos humanos, mas em especial aos monges do deserto. As oposições são uma descrição poético-definidora, na forma literária das hóroi kai epigráphai (definições e inscrições) dos demônios/paixões e suas virtudes opostas: gula e continência; luxúria e temperança; avareza e pobreza; tristeza e contentamento; ira e paciência; acídia e perseverança; vaidade e ausência de vaidade; inveja e falta de inveja; orgulho e humildade. Estas definições (por volta de quinze para cada um dos vícios e cada uma das virtudes) são compostas, em sua maioria, de dois termos relacionados, em que um qualifica o outro, de forma por vezes metafórica, indicando um sistema complexo e muito bem articulado. O texto em grego que aqui se reproduz foi estabelecido por Fogielman (2017).
Downloads
Referências
ANONYME. Les apophtegmes des pères. Tomo 1. Paris: Les Editions du Cerf, 1993.
BROWN, Peter. Corpo e sociedade: o homem, a mulher e a renúncia sexual no início do cristianismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
CASSIDAY, Augustine. Reconstructing the theology of Evagrius Ponticus. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
CUNHA, Mariana Paolozi Servulo; NUNES, Marcus Vinicius de Souza. A psicologia de Evágrio Pôntico. O caminho da práxis. Griot: Revista de Filosofia, v. 20, n. 3, p. 274-83, 2020.
DRABKIN, Israel Edward. Remarks on ancient psychopathology. Isis, v. 46, n. 3, p. 223-34, 1955.
DRISCOLL, Jeremy. Listlessness in The mirror for monks of Evagrius Ponticus. Cistercian Studies, v. 24, p. 206-14, 1989.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. A Euloge. Des vices opposés aux vertus. Introdução, texto crítico, tradução e notas de Charles-Antoine Fogielman. Sources Chretiennes 591. Paris: Cerf, 2017.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. Sur les pensées. Tradução e notas por Paul Géhin; Claire Guillaumont; Antoine Guillaumont. Paris: CERF, 1998.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. Traité pratique ou Le Moine. Sources Chrétiennes n. 170. Paris: CERF, 1971.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. The Greek ascetic corpus. Oxford: Oxford University Press, 2003.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. Evagrius Ponticus. New York: Routledge, 2006.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. Talking back. A monastic handbook for combating demons. Cistercian Publications: Kentuky, 2009.
ÉVAGRE LE PONTIQUE. Kephalaila Gnóstika. Atlanta: SBL Press, 2015.
FOGIELMAN, Charles-Antoine. Les deux traités à Euloge de Evagre le Pontique. Introduction, édition critique, traduction, commentaire et notes. Tese. École Pratique des Hautes Etudes – EPHE Paris, 2015.
FURRER-PILLIOD, Christiane. Ὅροι καὶ ὑπογραφαί. Collection alphabétiques de définitions profanes et sacrées. Studi e Testi. Roma: Biblioteca Apostolica Vaticana, 2000.
GOURINAT, Jean-Batiste; BARNES, Jonathan (org.). Ler os Estoicos. São Paulo: Loyola, 2013.
GUILLAUMONT, Antoine de. Un philosophe au désert. Évagre le Pontique. Paris: Vrin, 2009.
KATCZINSKY, Bernice (ed.). The Oxford handbook of Christian monasticism. Oxford: Oxford University Press, 2020.
LARSEN, Lilian; RUBENSON, Samuel (ed.). Monastic education in late antiquity. The transformation of classical paideia. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.
LAÊRTIOS, Diôgenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Brasília: Editora Universitária de Brasília, 2008.
LONG, Anthony Arthur; SEDLEY, David. The Hellenistic philosophers. Cambridge: Cambridge University Press, 1987. v. 1 e 2.
MCGINN, Bernard. As fundações da mística: das origens ao século V. São Paulo: Paulus, 2012.
MESSIAS, Teresa. Evágrio Pôntico. Introdução à vida, obra e teologia espiritual. Atualidade Teológica. Ano XVII, v. 44, p. 292-318, 2013.
PIGEAUD, Jaques. La maladie de l’âme. Êtude sur la raltion de l’âme et du corps dans la tradition medico-philosophique antique. Paris: Les Belles Lettres, 1989.
PINHEIRO, Marcus Reis. A ascese das emoções em Epicteto e em Evágrio Pôntico. Prometheus – Journal of Philosophy, v. 11, n. 27, p. 113-36, 2018.
PLATÃO. República. Belém: Edufpa, 2000.
ROUSSELLE, Aline. Pornéia. Sexualidade e amor no mundo antigo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
RUBENSON, Samuel. The letters of Saint Anthony: monasticism and the making of a saint. Minneapolis: Fortress Press, 1995.
SCHAMP, Jacques. Review of FURRER-PILLIOD, Christiane. Ὅροι καὶ ὑπογραφαί. Collection alphabétiques de définitions profanes et sacrées. Studi e Testi. Roma: Biblioteca Apostolica Vaticana, 2000. L’Antiquité Classique, v. 72, p. 428-9, 2003.
SIHVOLA, Juha; ENGBERG-PEDERSEN, Troels (ed.). The emotions in Hellenistic philosopohy. Dordrecht: Springer, 1998.
STEWART, Columba. Evagrius Ponticus and the eight generic logismoi. In: NEWHAUSER, Richard (ed.). In the Garden of evil: the vices and culture in the middle ages. Toronto: Pims, 2005.
VASQUEZ, Santiago Hernan. La noción de logismós en Evágrio Póntico. El correlato cognitivo de las pasiones enfermas. ÉNDOXA: Series Filosóficas, v. 43, p. 67-90, 2019.
VERÇOSA FILHO, Elcio. Paixões e demônios. As figuras do mal na psique e seu significado na doutrina ascética de Evágrio Pôntico. Último Andar, v. 24, 2014.
WIMBUSH, Vincent; VALANTASIS, Richard (ed.). Asceticism. Oxford: Oxford University Press, 1996.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marcus Reis Pinheiro
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.