Sucessão imperial e legitimidade política na Roma antiga
Nero entre a herança familiar e o republicanismo (54 d.C.)
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v34i2.917Palavras-chave:
legitimidade, política, Nero, sucessão, herança familiar, republicanismo, principadoResumo
Este artigo tem por objetivo analisar os mecanismos de legitimidade associados ao exercício do poder imperial durante o início do Principado de Nero (54), momento de transição política para um novo governo em Roma. Por não haver regras definidas de sucessão, a legitimidade se constituía como questão fundamental na consolidação do novo principado. O modelo político criado a partir de Augusto e herdado por Nero deixava ambíguo o status do príncipe perante as elites, o que tornava ainda mais imperativa a construção de princípios de legitimação capazes de trazer segurança ao regime. Analisaremos duas formas de legitimidade possíveis nesse contexto: aquela derivada da herança familiar e dependente da ancestralidade, e a que podemos chamar de legitimidade cidadã, inclinada ao republicanismo.
Downloads
Referências
Fontes
ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. Brasília: UnB, 1985.
AUGUSTO. Res Gestae Divi Augusti. Trad. de Frederick Shipley. London: William Heinemann, 1924.
CALPURNIUS SICULUS. Eclogue I. In: DUFF, John Wight; DUFF, Arnold Mackay (trad.). Minor Latin Poets. London: William Heinemann, 1934. v. 1, p. 218-85.
CÍCERO. Da República. Trad. de Amador Cisneiros. In: PESSANHA, José Américo Motta (coord.). Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. v. 5.
CICERO. On the Republic. On the Laws. Trad. de Clinton Keynes. Cambridge: Harvard University Press, 1928.
DIO CASSIUS. Roman History. Trad. Earnest Cary. London: William Heinemann, 1955. v. 4.
LUCRÉCIO. Da Natureza. Trad. de Agostinho da Silva. In: PESSANHA, José Américo Motta (coord.). Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. v. 5.
PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2010.
PLUTARCO. Vidas paralelas. Trad. de Gilson César Cardoso. São Paulo: Paumape, 1992. v. 5.
POLÍBIO. História. Trad. de Mário da Gama Kury. Brasília: UNB, 1996.
SÊNECA. Apocoloquintose do divino Cláudio. Trad. de Giulio Davide Leoni. In: PESSANHA, José Américo Motta (coord.). Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. v. 5.
SÉNECA. Cartas a Lucílio. Trad. de José António Segurado e Campos. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2014.
SÊNECA. Tratado sobre a clemência. Trad. de Ingeborg Braren. Petrópolis: Vozes, 1990.
SUETONIO. Vida de los doce césares. Trad. de Rosa Cubas. Madrid: Gredos, 1992. v. 1.
SUETONIO. Vida de los doce césares. Trad. de Rosa Cubas. Madrid: Gredos, 1992. v. 2.
TÁCITO. Anais. Trad. de Leopoldo Pereira. Rio de Janeiro: Ediouro, 1967.
TITO LÍVIO. História de Roma. Trad. de Paulo Matos Peixoto. São Paulo: Paumape, 1989. v. 1.
VELEYO PATÉRCULO. História romana. Trad. de Maria Assunción Sánchez Manzano. Madrid: Gredos, 2001.
Bibliografia crítica
BARROS, José. D’Assunção. Os conceitos. Petrópolis: Vozes, 2016.
BEARD, Mary. SPQR: Uma história da Roma antiga. Trad. de Luis Reyes Gil. São Paulo: Crítica, 2017.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Trad. de Carmen C. Varriale, Gaetano Lo Monaco, João Ferreira, Luís Guerreiro Pinto Cacais e Renzo Dini, Brasília: UnB, 1983.
FAVERSANI, Fábio. Entre a República e o Império: apontamentos sobre a amplitude desta fronteira. Mare Nostrum, n. 4, p. 100-11, 2013.
FONTANA, Benedetto. Tacitus on Empire and Republic. History of political thought, v. 14, n. 1, p. 27-40, 1993.
FRIGHETTO, Renan. Antiguidade tardia: Roma e as monarquias romano-bárbaras. Curitiba: Juruá, 2012.
FRIGHETTO, Renan. Imperium et orbis: conceitos e definições com base nas fontes tardo-antigas ocidentais (séculos IV-VII). In: DORÉ, Andréa; LIMA, Luís Filipe Silvério; SILVA, Luiz Geraldo (org.). Facetas do império na história. São Paulo: Hucitec, 2008, p. 147-162.
GIBBON, Edward. Declínio e queda do império romano. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
GOLDSWORTHY, Adrian. Pax romana. New Haven: Yale University Press, 2016.
GRIMAL, Pierre. História romana. Trad. de Maria Leonor Loureiro. São Paulo: UNESP, 2010.
GUARINELLO, Norberto; JOLY, Fábio. Ética e ambiguidade no principado de Nero. In: FUNARI, Pedro; BENOIT, Hector (org.). Ética e política no mundo antigo. Campinas: UNICAMP, 2001. p. 133-152.
HORNBLOWER, Simon (ed.); SPAWFORTH, Antony (ed.). The Oxford Classical Dictionary (OCD). 4th ed. Oxford: Oxford University Press, 2012.
LE ROUX, Patrick. Império romano. Trad. de William Lagos. Porto Alegre: L&PM, 2009.
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Trad. de Júlio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MENDES, Norma. O sistema político do principado. In: SILVA, Gilvan; MENDES, Norma. Repensando o império romano. Rio de Janeiro: EDUFES/Mauad X, 2006, p. 21-52.
MENDES, Norma; SILVA, Gilvan. Diocleciano e Constantino: a construção do Dominato. In: ______. Repensando o império romano. Rio de Janeiro: EDUFES/Mauad X, 2006. cap. 9.
MILLAR, Fergus. Emperors at Work. The Journal of Roman studies, v. 57, p. 9-19, 1967.
OLIVEIRA, Franscisco. Les idées politiques et morales de Pline l’Ancien. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1992.
REYNOLDS, Joyce M. The origins and beginning of imperial cult at Aphrodisias. The Cambridge Classical Journal, v. 26, p. 70-84, 1980.
SARAIVA, Francisco Rodrigues dos Santos. Dicionário latino-português. 12. ed. Belo Horizonte: Garnier, 2006.
SMITH, Roland R. R. The imperial reliefs from the Sebasteion at Aphrodisias. The Journal of Roman studies, v. 77, p. 88-138, 1987.
SUTHERLAND, Carol H. V.; CARSON, Robert A. G. The Roman imperial coinage. London: Spink and Son, 1984. v. 1.
SYME, Ronald. The Roman revolution. Oxford: Oxford University Press, 1939.
TALBERT, Richard. The senate of imperial Rome. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1984.
VEYNE, Paul. Sêneca e o estoicismo. Trad. de André Telles. São Paulo: Três estrelas, 2015.
VEYNE, Paul. O império romano. In: ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges (org.). História da vida privada. Trad. de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. v. 1.
WALLACE-HADRILL, Andrew. Civilis princeps: between citizen and king. The journal of Roman studies, v. 72, p. 32-48, 1982.
WEBER, Max. Os três tipos puros de dominação legítima. In: COHN, Gabriel (org.). Weber. São Paulo: Ática, 1979, p. 128-41.
WOOLF, Greg. Roma: a história de um império. Trad. de Mário Molina. São Paulo: Cultrix, 2017.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cesar Luiz Jerce da Costa Junior
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.