Apolo e Mársias: certame ou duelo musical?
DOI:
https://doi.org/10.14195/2176-6436_25_4Palavras-chave:
Grécia antiga, Música grega, Iconogra?a, Mitologia, ApoloResumo
Estudamos o tratamento mitológico da dualidade simbólica entre a lýra e o aulós na música grega antiga. Para tanto, analisamos o complexo mitológico que envolve as seguintes narrativas: a) a criação do aulós e posterior descarte pela deusa Atena, b) a adoção do aulós pelo sileno Mársias, e c) o duelo musical entre Apolo e Mársias e suas consequências. Cotejamos a abordagem mitológica deste complexo nas tradições literária e grá?ca. No que se refere à tradição literária, enfocamos os seguintes autores: Píndaro (Píticas, XII), Melanípides (ap. Ateneu), Heródoto, Xenofonte (Anábasis), Apolodoro (Biblioteca) e Ovídio (Metamorfoses e Fastos). No que concerne a tradição iconográ?ca, trazemos sobretudo a pintura dos vasos áticos e ápulos, assim como vasos e espelhos etruscos, além da referência a grupos escultóricos conhecidos por meio de Plínio, o Velho, e Pausânias. A popularidade do tema, na literatura e pintura de vasos, nos remete ao debate ?losó?co, pedagógico, político e estético abrangido pela dicotomia simbólica entre o aulós e a lýra. E, além disso, é um dos componentes de um sistema de pensamento, pretensamente hegemônico, caracterizado por ter objetivos normatizadoras no que se refere à cultura e aos comportamentos sociais.
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