Uma antropologia histórica da Grécia antiga: Gernet e a reinvenção durkheimiana dos estudos helênicos
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v32i2.748Palavras-chave:
Louis Gernet, Antropologia da Grécia antiga, Antropologia histórica, Émile Durkheim.Resumo
Em 2017 completou-se o centenário da publicação da tese de doutorado de Louis Gernet, defendida em Paris, intitulada Recherches sur le développement de la pensée juridique et morale en Grèce. Obra inicialmente rejeitada pelo stablishment acadêmico francês, condenando seu autor à marginalidade intelectual, hoje é considerada um turning point nos estudos helênicos, como obra fundante da assim chamada Antropologia histórica da Grécia antiga ou, simplesmente, Antropologia da Grécia antiga. Nosso objetivo neste artigo será analisar a influência, sobre sua obra, da sociologia de Émile Durkheim e de sua escola, possibilitando a reinvenção dos estudos helênicos por parte de Gernet, com a superação dos paradigmas do século XIX, do evolucionismo positivista e do idealismo eurocêntrico inspirado no mito do “milagre grego”. Essa influência pode ser verificada sobretudo no papel conferido por Gernet à permanência dos elementos religiosos.
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