A tradutora e o diálogo intermidiático em Antigonick de Anne Carson
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v32i1.737Palavras-chave:
intermidialidade, recepção dos clássicos, Anne Carson.Resumo
Antigonick (2012) é a tradução da dramaturga, escritora e tradutora canadense Anne Carson para a tragédia Antígona de Sófocles. No prefácio “the task of the translator of antigone”, em forma de carta/poema direcionada à personagem Antígona, aparecem comentários sobre encenações anteriores, mais especificamente sobre as montagens de Bertolt Brecht e Jean Anouilh, além da composição 4’33”, de John Cage. Este artigo pretende discutir como essas referências intertextuais e intermidiáticas contribuem para uma leitura que englobe a vasta tradição de recepção dos clássicos sem deixar de considerar as particularidades do trabalho da tradutora e do seu comprometimento com a “mulher de palavra”, Antígona. A fim de pensar o diálogo intermidiático no prefácio, utilizam-se especialmente as discussões propostas por Anne Ubersfeld no texto A representação dos clássicos: reescritura ou museu (1978) e o conceito de tradução intersemiótica presente em “Estudos interartes: conceitos, termos, objetivos” (1997) de Claus Clüver. Acredita-se que uma análise atenta do prefácio possa oferecer pistas importantes sobre o processo criativo e sobre a proposta/projeto de tradução empreendido por Carson.
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