Competições e festivais na Grécia Pré-Helênica: as evidências minóico-micênicas
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v9i9/10.510Palavras-chave:
Idade do Bronze, Grécia, Creta, tauromaquia, boxe, corrida, esquema iconográfico, evento público.Resumo
O que conhecemos das competições desportivas e dos festivais durante a Idade do Bronze na Grécia e no Egeu chegou até nós através das imagens representadas sobre os mais diversos suportes, como os afrescos, os relevos, a glíptica e outras manifestações da arte desse período. Neles percebemos algumas atividades físicas que podem caracterizar práticas desportivas: a luta corporal, praticada com luvas de couro, e a corrida, ambas comuns ao universo minóico-micênico. Já a tauromaquia ou salto do touro e característica da Creta minóica e só aparece no continente grego como cópia do repertório iconográfico. Muitas vezes os afrescos, principalmente aqueles em contexto minóico, são relacionados à religião e locais de culto, o que levou a associação de representações de eventos públicos com festivais religiosos. Mas a evidência negativa não é conclusiva e, portanto, não podemos afirmar que os jogos, competições e festivais fossem apenas eventos públicos de caráter religioso. A iconografia ultrapassou o limite arquitetônico dos afrescos e relevos para ser aplicada a objetos móveis, corno vasos em pedra e cerâmicos; anéis e engastes em marfim atestam a existência de sacrifícios animais, libações, jogos como lutas e tauromaquias, e procissões com música e danças, possivelmente rituais. Dos espetáculos registrados na imagética minóica, o mais popular era a tauromaquia ou salto do touro. As lutas de boxe parecem ter tido uma origem continental. Os lutadores geralmente são representados aos pares e usam luvas de couro. As corridas também foram muito apreciadas entre os micênios.
Downloads
Referências
GILLIS, C. Minoan everyday objects as sources of historical information. In: FRENCH, F. B.; WARDLE, K. A. (Ed.). Problems in Greek Prehistory. Bristol: 1988. p. 417-420.
GRAHAM, J. W. The palaces of Crete. Princeton: Princeton University Press, 1962.
HUTCHINSON, R. W. Prehistoric Crete. Middlessex: Penguin Books, 1968.
KARAGEORGHIS, V. Deux peintres de vases mycéniens. Syria, v. 34, p. 81-92, 1957.
KARAGEORIGHIS, V.; BUCHHOLZ, H.-G. An archaeological handbook with over 2000 illustrations. Londres: Phaidon, 1973.
PELON, O. Reflexions sur ia fonction politique dans un palais cretois. In: KRZYSZKOWSRA, O.; NIXON, L. (Ed.). Minoan Society. Bristol: Bristol Classical Press, 1983. p. 253-257.
RYSTEDT, E. Mycenaeans runners-induding apobatai. In: FRENCH, F. B.; WARDLE, K. A. (Ed.). Problems in Greek Prehistory. Bristol: 1988. p. 437-442.
TORRALVO, A. C. A iconografia das estelas funerarias dos Circulos 'hmulares A e B de Micenas. Classica, v. 7/9, p. 33-48, 19941995.
TREUIL, R. et alli. Les civilisations égéennes du néolithique et de I'Âge du Bronze. (Paris: PUF, 1989. Nouvelle Clio 1 ter).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.