Por que Penélope menciona Helena? Relendo Odisseia, XXIII, 209-230
Resumo
Que grau de complexidade podemos atribuir à caracterização de Penélope na Odisseia? Em que medida essa complexidade decorre da apresentação de uma figura cujas ações valorosas combinam-se com a insinuação de intenções dúbias? Este artigo dá continuidade ao que foi exposto em outro texto, “Penélope e a arte da indecisão na Odisseia”, no qual busquei, muito sinoticamente, abordar a atuação da esposa de Odisseu do canto I ao XXI. Aqui, abordo exclusivamente o canto XXIII, onde ocorre sua última, e talvez mais memorável, participação. Na minha leitura, a menção que Penélope faz aí a Helena, em sua conversa com Odisseu, ativa as mesmas camadas contraditórias vistas em passos anteriores, responsáveis pela riqueza de seu caráter.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BOLMARCICH, S. Homophrosúnē in the Odyssey. Classical Philology, v. 96, p. 205-213, 2001.
DI BENEDETTO, V. Omero: Odissea. Milano: BUR, 2010.
DIMOCK, G. The unity of the Odyssey. Amherst: University of Massachusetts, 1989.
DUARTE, A. Cenas de reconhecimento na poesia grega. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.
FELSON-RUBIN, N. Regarding Penelope. From character to poetics. Princeton: Princeton University Press, 1994.
FREDRICKSMEYER, H. Penelope ‘polutropos’: the crux at Odyssey 23.218-22. American Journal of Philology, v. 118, n. 4, p. 487-497, 1997.
HARSH, P. Penelope and Odysseus in Odyssey XIX. American Journal of Philology, v. 71, n. 1, p. 1-21, 1950.
HEUBECK, A. Books XXIII-XXIV in HEUBECK, A., RUSSO, J., FERNANDEZ-GALIANO, M. (ed.). A commentary on Homer’s Odyssey, Volume III, Books XVII-XXIV. Oxford: Clarendon Press, 1992. p. 311-418.
JONES, P. Homer’s Odyssey. A commentary based on the translation of Richmond Lattimore. London: Bristol Classics Press, 1988.
de JONG, I. A narratological commentary on the Odyssey. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.
KATZ, M. Penelope’s renown. Meaning and indeterminacy in the Odyssey. Princeton: Princeton University Press, 1991.
MALTA, A. Penélope e a arte da indecisão na Odisseia. Nuntius Antiquus, v. 8, n. 1, p. 7-28, 2012.
MONRO, D. Homer’s Odyssey. Books XIII-XXIV. Oxford: Clarendon Press, 1901.
MURNAGHAN, S. Disguise and recognition in the Odyssey. Princeton: Princeton University Press, 1987.
PLATT, A. Notes on the Odyssey. Classical Review, v. 13, n. 8, p. 382-384, 1899.
ROISMAN, H. Penelope’s indignation. Transactions of the American Philological Association, v. 117, p. 59-68, 1987.
SAÏD, S. Homer and the Odyssey. Translated by Ruth Webb. Oxford: Oxford University Press, 2011.
STANFORD, W. The Odyssey of Homer. 2 vols. London: St. Martin Press, 1947.
ZAMBARBIERI, M. L’ Odissea com’è. Lettura critica. Vol. II: canti XIII-XXIV. Milano: Edizioni Universitarie di Lettere Economia Diritto, 2004.
DOI: https://doi.org/10.24277/classica.v29i1.413
Métricas do artigo
Metrics powered by PLOS ALM
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2017 André Malta

Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.