Muito além da geografia: o espaço cognitivo de Amiano Marcelino
DOI:
https://doi.org/10.14195/2176-6436_22-1_9Palavras-chave:
domusaurea@gmail.comResumo
Este trabalho apresenta, em primeiro lugar, considerações sobre o uso das teorias da geografia cognitiva, como o conceito de “mapas mentais”, no estudo do espaço no mundo antigo, em especial no caso de Amiano Marcelino. Uma leitura crítica do uso que os especialistas em cartografia antiga fazem dessas teorias e conceitos pode levar à superação de alguns problemas de inadequação conceitual. Faz-se em seguida uma leitura específica de Amiano Marcelino como fonte para essas questões. Por fim, discute-se uma possibilidade de leitura ampliada do espaço cognitivo em Amiano para além de suas digressões estritamente geográficas. O espaço é lido em seu texto também como delimitado pela função, ênfase e premência de outros elementos da narrativa, como, por exemplo, o papel dos imperadores, em uma dicotomia de centro e periferia que transcende o aspecto puramente geográfico.Downloads
Referências
ADAMS, Colin; LAURENCE, Ray, Travel & Geography in the Roman Empire. London; New York: Routledge, 2001.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: EDUSP; Perspectiva, 1971.
BARNES, Timothy D. Ammianius Marcellinus and the Representation of Historical Reality. Ithaca; London: Cornell University Press, 1998. apêndice 5.
BRODERSEN, Kai. Geographical knowledge in the Roman World. In: ADAMS, Colin; LAURENCE, Ray. Travel & Geography in the Roman Empire. London; New York: Routledge, 2001.
BRODERSEN, Kai. Mapping (In) the Ancient World. Journal of Roman Studies, v. 94, p. 183-190, 2004.
BRODERSEN, Kai. Terra Cognita: Studien zur römischen Raumerfassung. Georg Olms Verlag, 1995. cap. 1.1: Unspoken Assumptions.
BRODERSEN, Kai. Terra Cognita: Studien zur römischen Raumerfassung. Georg Olms Verlag, 1995.
CASSON, Lionel. Travel in the Ancient World. Baltimore; London: The Johns Hopkins University Press, 1974.
COUCLELIS, Helen; GALE, Nathan. Space and Spaces. Geografiska Annaler. Series B, Human Geography, v. 68, n.1, p. 1. 2, 1986.
DEBORD, Guy. Guide Psychogéographique de Paris, 1956.
DILKE, O. A. W. Greek and Roman Maps. Baltimore; London: The Johns Hopkins University Press, 1998.
DOWNS, Roger M.; STEA, David. Image and Environment. Cognitive Mapping and Spatial Behavior. London: Edward Arnold, 1973.
DRIJVERS, Jan W. Ammianus Marcellinus on the Geography of the Pontus Euxinus. Histos, v. 2, 1998. Disponível em: http://www.dur.ac.uk/Classics/histos/1998/drijvers.html. Acesso em: 7 set. 2009.
GOULD, Peter. On Mental Maps. In: DOWNS, Roger M.; STEA, David. Image and Environment. Cognitive Mapping and Spatial Behavior. London: Edward Arnold, 1973.
GOULD, Peter; WHITE, Rodney. Mental Maps. Middlesex: Pelican, 1974.
HARLEY, J. B.; WOODWARD, D. (Org.). The History of Cartography. Chicago: The University of Chicago Press, 1987. v. 1: Cartography in Prehistoric, Ancient, and Medieval Europe and the Mediterranean.
HARTOG, F. O espelho de Heródoto. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999.
JANNI, Pietro. La mappa e il periplo: Cartografia antica e spazio odologico. Roma: Università di Macerata, Pubblicazioni della Facoltà di Lettere e Filosofia, 1984.
LEE, A. D. Information and Frontiers: Roman Foreign Relations in Late Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
MERRILLS, A. H. History and geography in late antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
NICOLET, Claude. Introdução. In: NICOLET, Claude. L’inventaire du monde : géographie et politique aux origines de l’Empire romain. Paris: Fayard, 1988.
NICOLET, Claude. L’inventaire du monde : géographie et politique aux origines de l’Empire romain. Paris: Fayard, 1988.
SALWAY, Benet. Travel, itineraria and tabellaria. In: ADAMS, Colin; LAURENCE, Ray. Travel & Geography in the Roman Empire. London; New York: Routledge, 2001. p. 22-66.
SHERK, R. K. Roman geographical exploration and military maps. Aufstieg und Niedergang der Römischen Welt II, v. 1, p. 534-556, 1974.
SUNDWALL, G. A. Ammianus Geographicus. American Journal of Philology, v. 117, n. 4, p. 619-643, 1996.
TALBERT, R.; BRODERSEN, K. Space in the Roman World, its Perception and Presentation. LIT, Munster, 2004.
TALBERT, Richard. Review: DILKE, O. A. W. Greek and Roman Maps. Journal of Roman Studies, v. 77, p. 210-212, 1987.
TALBERT, Richard. Review: L’inventaire du monde: Geographie et politique aux origines de l’Empire romain by Claude Nicolet. The American Historical Review, v. 94, n. 5, p. 1351, 1989.
TALBERT, Richard. Review: The History of Cartography by J. B. Harley; David Woodward. The American Historical Review, v. 94, n. 2, p. 407-408, 1989.
VASUNIA, P. The Gift of the Nile: Hellenizing Egypt from Aeschylus to Alexander. Berkeley: University of California Press, 2001.
WHITTAKER, C. R. Rome and its Frontiers: the Dynamics of the Empire. London: Routledge, 2004.
WOOD, Denis. Lynch Debord: About two psychogeographies. In: Conflux, New York, 2006, p. 4. Disponível em: http://go.owu.edu/~jbkrygie/krygier_html/geog_222/geog_222_lo/wood_lynch_debord.pdf. Acesso em: 1 ago. 2009.
WRIGHT, John K. Terrae Incognitae: The Place of Imagination in Geography. Annals of the Association of American Geographers, v. 37, p. 1-15, 1947.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.