Horácio, Odes I,33 e a recepção da poesia amorosa
DOI:
https://doi.org/10.14195/2176-6436_21-1_8Palavras-chave:
Elegia amorosa latina, Horácio, Odes I, 33, metapoesia.Resumo
Este artigo estuda um aspecto da ode I,33 de Horácio: a recepção da poesia elegíaca romana em chave biografista. Horácio apresenta como biográfico o que o poeta elegíaco Álbio (não importa aqui se se trata de Tibulo, como geralmente se crê) cantou em seus versos, celebrando uma puella de nome Glycera. Este poema é um exemplo, dentre muitos, de testemunhos de uma indistinção entre autor empírico e persona poética, que se costuma associar a uma leitura de tipo romântico, mas que, na verdade, é comum na recepção da poesia subjetiva na Antiguidade. Não queremos dizer, evidentemente, que Horácio lê ingenuamente os versos de outro poeta, mas que se refere a eles sem distinguir, no gênero elegíaco, autor empírico e persona poética, como é comum nos diálogos metapoéticos da poesia latina, um capítulo da recepção da poesia em primeira pessoa que merece a atenção dos estudiosos.Downloads
Referências
ALFONSI, L. Orazio e l’elegia. In: LIVREA, E.; PRIVITERA, G. Aurelio (Ed.). Studi in onore di Anthos Ardizzoni. Roma: Ateneo & Bizarri, 1978.
ALVAREZ HERNÁNDEZ, A. R. Horacio, la elegía, los elegíacos. Euphrosyne, nova serie, v. 23, p. 43-62, 1995.
ARKINS, B. The Cruel Joke of Venus: Horace as Love Poet. In: RUDD, N. (Ed.). Horace 2000. A celebration. Essays for the Bimillenium. London: Duckworth, 1993.
CAREY, C. Iambos. In: BUDELMANN, F. (Ed.). Greek lyric. Cambridge: University Press, 2009. p. 152-153.
DAVIS, G. Polyhymnia. The Rhetoric of Horatian Lyric Discourse. Berkeley; Los Angeles; Oxford: University of California Press, 1991.
DELLA CORTE, Francesco. Verbete Albio 2. In: MARIOTTTI, S. (Dir.). Enciclopedia Oraziana. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, 1996.
FEDELI, P. Carmi d’amore di Orazio. Un percorso didattico. Aufidus, v. 18, p. 59-73, 1992.
HARRISON, S. The literary form of Horace’s Odes. In: Entretiens sur L’Antiquité Classique (1992). Horace, L’oeuvre et les imitations. Un siècle d’interprétation, Vandoeuvres; Genève: Fondation Hardt, 1993.
HARRISON, Stephen. Lyric Middles: The Turn at the Centre in Horace’s Odes. In: KYRIAKIDIS, S.; MARTINO, F. de (Ed.). Middles in Latin poetry. Bari: Levanter Editori, 2004. p. 81-102.
HEMBOLD, W. C. Horace, C., I, 33. AJP, v. 77, n. 4, p. 453-456, 1956.
HOLZBERG, N. A Sensitive, Even Weak and Feeble Disposition? C. Valgius Rufus and His Elegiac Ego. In: ARWEILER, A.; MÖLLER, M. (Ed.). Vom Selbst-Verständnis in Antike und Neuzeit. Notions of the self in Antiquity and beyond. Berlin; New York: Walter de Gruyter, 2008.
HORACE, Epistles Book 1. Edited by Roland Mayer. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.
HORACE, Odes et épodes. Texte établi et traduit par F. Villeneuve. Paris: Les Belles Lettres, 1964.
HORACE. The Odes. Edited with introduction, revised text and commentary by Kenneth Quinn. Hampshire; London: Macmillan Education, 1985.
KENNEDY, D. The arts of Love, Five studies in the discourse of Roman love elegy. Cambridge: University Press, 1993.
KILPATRICK, R. S. Two Horatian Proems: Carm. I.26 and I.32. YClS, v. 21, p. 215-239, 1969.
LABATE, M. La forma dell’amore: appunti sulla poesia erotica oraziana. In: Comitato nazionale per le celebrazioni del bimillenario della morte de Q. Orazio Flacco. Atti dei Convegni di Venosa Napoli Roma. Venosa: Osanna, 1994. p. 70-71.
LOWRIE, M. Horace’s narrative Odes. Oxford: Clarendon Press, 1997.
LYNE, R. O. A. M. The latin love poets from Catullus to Horace. Oxford: Clarendon Press, 1980.
MARIOTTI, S. (Ed.). Enciclopedia Oraziana. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, 1997. v. II, p. 895-897.
MEYER, G. Pomponii Porphyrionis commentarii in Q. Horatium Flaccum. Lipsiae: B. G. Teubneri, 1874.
NISBET, R. G. M. The Word order of Horace’s Odes. In: LOWRIE, M. (Ed.). Oxford readings in classical studies, Horace: odes and epodes. Oxford: University Press, 2009. p. 378-400.
NISBET, R. G.; HUBBARD, M. A commentary on Horace: Odes. Book 1. Oxford: Clarendon Press, 1970.
NISBET, R.; HUBBARD, M. A commentary on Horace: Odes Book II. Oxford: Clarendon Press, 1978.
OTIS, B. Horace and the Elegists. TAPhA, v. 76, p. 177-190, 1945.
PASQUALI, G. Orazio lirico. Firenze: Felice Le Monnier, 1964.
PERRELLI, R. Orazio e Tibullo a confronto in Carm. I, 33: il dialogo con un elegiaco ‘moderato’. Paideia, v. 40, p. 239-253, 2005.
PICHON, Réné. Index verborum amatoriorum. Hildesheim: Georg Olms, 1966.
PUTNAM, M. C. J. Essays on Latin Lyric, Elegy and Epic. Princenton: University Press, 1982.
RANDALL, J. G. Mistress’ pseudonyms in Latin elegy. LCM, v. 4, n. 1, p. 27-35, 1979.
RANKIN, H. D. Archilocus of Paros. Park Ridge: Noyes Press, 1977.
ROLFE, J.C. Suetonius. London; Cambridge, MA: Harvard University Press, 1965. v. II.
SANTIROCCO, M. S. Unity and design in Horace’s odes. Chapel Hill; London: The University of North Carolina Press, 1986.
TRAINA, A. L’ultimo amore. Lettura dell’Ode 4, 11 di Orazio. Aufidus, v. 34, p.18, 1998.
VEYNE, P. A elegia erótica romana. O amor, a poesia e o ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1985.
VEYNE, P. In pursuit of love, the poetic self and a process of reading: Augustan elegy in the 1980s. JRS, v. 79, p. 165-173, 1989.
WILSON, N.G. (Ed. and trans.). Aelian, Historical miscellany. Cambridge, MA; London: Harvard University Press, 1997.
WYKE, M. Written women: Propertius’ scripta puella. JRS, v. 77, p. 47-61, 1987.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.