O som ao redor
Apolo e Aquiles em Ilíada 1.1-42
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v37.2024.1088Palavras-chave:
Ilíada; repetições fônicas; Apolo; Aquiles; proêmioResumo
Neste artigo, demonstra-se (1) a densidade textual e coesão da abertura da Ilíada (Il. 1.1-42); (2) a enfática, ainda que implícita, comparação da cólera de Aquiles à de Apolo nessa passagem; e (3) as formas subliminares de se comunicar o poder de Apolo nos versos 8 a 42, ou seja, antes de sua epifania propriamente dita por meio da peste que atinge os aqueus. Para isso, procede-se sobretudo a um rastreamento das repetições sonoras e ao exame da arquitetura métrica para verificar como esses fenômenos poéticos reiteram ou suplementam o sentido superficial do texto poético.
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