Gemina Venus

os percursos do amor no conto de Psiquê e Cupido

Autores

  • Sandra Maria Gualberto Braga Bianchet Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.24277/classicaj.35.2022.1021

Palavras-chave:

Apuleio, Metamorfoses, romance latino , Psiquê e Cupido

Resumo

O conto de Psiquê e Cupido (Apuleio, Metamorfoses, IV, 28-VI, 24), por sua natureza simbólica, apresenta uma série de níveis interpretativos, que ultrapassam a justificativa textual de sua inserção na obra, explicitada, no passo que antecede o relato, pelo uso de auocare (“afastar pela palavra, desviar, distrair”). Nosso propósito aqui é discutir uma dessas camadas significativas da narrativa, a partir da bipartição de Vênus em duas deusas (Venus uulgaria e Venus caeles), tal como apresentada por Apuleio em sua Apologia (12, 1-5), associando-a às figuras da própria Vênus e à de Psiquê, bem como à representação paródica dos deuses do panteão tradicional grego, em especial de Cupido, com ênfase no desfecho da fabula.

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Biografia do Autor

Sandra Maria Gualberto Braga Bianchet, Universidade Federal de Minas Gerais

*Professora Titular de Língua e Literatura Latina, Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais.

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Publicado

2022-08-05

Como Citar

Bianchet, S. M. G. B. . (2022). Gemina Venus : os percursos do amor no conto de Psiquê e Cupido. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 35(2), 1–9. https://doi.org/10.24277/classicaj.35.2022.1021

Edição

Seção

Dossiê Eros e Afrodite no Romance Antigo