Eros marcial em Leucipe e Clitofonte, de Aquiles Tácio
DOI:
https://doi.org/10.24277/classicaj.35.2022.1017Palavras-chave:
Romance grego, Aquiles Tácio, Eros, militia amorisResumo
Único dos cinco romances de amor narrado em primeira pessoa, Leucipe e Clitofonte de Aquiles Tácio apresenta um desenvolvimento ímpar da tópica do gênero, que diversas vezes beira a subversão ou a paródia dos seus lugares-comuns. Na boca dos personagens, Eros e Afrodite, figuras divinas tão importantes em outros romances, são pouco mais do que alegorias de emoções e desejos. Nesse contexto, com sofisticada alusão literária, Aquiles Tácio explora imagens da militia amoris, tomando-as da elegia erótica e tornando-as romanescas. Este artigo procura analisar a representação de Eros no romance, especificamente a caracterização marcial do deus em algumas passagens da narrativa, que enfatiza a representação do próprio herói Clitofonte como algo paródica do protagonista masculino dos romances de amor.
Downloads
Referências
AQUILES TÁCIO. Os amores de Leucipe e Clitofonte. (Introdução, tradução e notas de A. Pena). Lisboa: Edições Cosmos, 2005.
BARTSCH, Shadi. Decoding the ancient novel: the reader and the role of description in Heliodorus and Achilles Tatius. Princeton: Princeton University Press, 1989.
BIRD, Rachel. Achilles Tatius and Chariton: reflections and refractions. Mnemosyne, v. 72,
n. 3, p. 471-87, 2019.
BOUFFARTIGUE, Jean. Un triangle symbolique: Éros, Aphrodite et Artémis dans le roman de Leucippé et Clitophon. In: BILLAULT, Alain (ed.). OPŌRA. La belle saison de l’hellénisme. Études de littérature antique offertes au Recteur Jacques Bompaire. Paris: 2001, p. 131-2.
CHEW, Kathryn. Achilles Tatius and parody. The Classical Journal, v. 96, n. 1, p. 57-70, 2000.
CHEW, Kathryn. A Novelistic Convention Reversed: Tyche vs. Eros in Achilles Tatius. Classical Philology, v. 107, n. 1, p. 75-80, 2012.
CHRISTENSON, David. Callinus and militia amoris in Achilles Tatius’ Leucippe and Cleitophon. The Classical Quarterly, v. 50, n. 2, p. 631-2, 2009.
DURHAM, Donald Blythe. Parody in Achilles Tatius. Classical Philology, v. 33, n. 1, p. 1-19, 1938.
HAYNES, Katharine. Fashioning the Feminine in the Greek Novels. London: Routledge, 2002.
HILTON, John. War and Peace in the Ancient Greek Novel. Acta Classica, v. 48, p. 57-85, 2005.
LYNE, R.O.A.M. The Life of Love. In: MILLER, Paul Allen (ed.). Latin erotic elegy. London: Routledge, 2002, p. 348-65.
JONES, Meriel. Playing the man: performing masculinities in the ancient Greek novel. Oxford: Oxford University Press, 2012.
McKEOWN, James C. Militat omnis amans. The Classical Journal, v. 90, n. 3, p. 295-304, 1995.
MONTIGLIO, Silvia. “My soul, consider what you should do”: psychological conflicts and moral goodness in the Greek novels. Ancient Narrative, v. 8, p. 25-58, 2010.
MORALES, Helen. Vision and narrative in Achilles Tatius’ Leucippe and Clitophon. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
REPATH, Ian. Achilles Tatius’ Leucippe and Cleitophon: What Happened Next?. The Classical Quarterly, v. 55, n. 1, p. 250-65, 2005.
REPATH, Ian. Callisthenes in Achilles Tatius’ Leucippe and Cleitophon: Double jeopardy?. Ancient Narrative, v. 6, p. 101-29, 2007.
SELDEN, Daniel. Genre of Genre. In: TATUM, James (ed.). The search for the ancient novel. Baltimore/London: The Johns Hopkins University Press, 1994, p. 39-63.
TILG, Stefan. Chariton of Aphrodisias and the Invention of the Greek Love Novel. New York: Oxford University Press, 2010.
WHITMARSH, Tim. Reading for pleasure: narrative, irony and erotics in Achilles Tatius. In: PANAYOTAKIS, Stelios et al. (ed.). The Ancient Novel and Beyond. Leiden/ Boston: Brill, 2003, p. 191-205.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Lucia Sano
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.