Ler a Bíblia como literatura
sobre a dessacralização de um texto fundamental
DOI:
https://doi.org/10.24277/classica.v36.2023.1005Palavras-chave:
Bíblia como Literatura; Martin Puchner; História da leitura; Estética da Recepção.Resumo
Partindo da classificação de Martin Puchner, apresentada no livro O mundo da escrita, publicado no Brasil em 2019, a qual faz distinção entre os textos fundamentais e os textos sagrados, este artigo volta à discussão sobre os critérios que regem essas classificações e chega à Bíblia, obra que tradicionalmente se coloca na prateleira dos textos sagrados. Então, pela apresentação e análise de novas edições dos textos bíblicos (edições que caracterizamos como laicas), perguntamos se tais iniciativas editoriais não representam um processo de dessacralização da Bíblia, atribuindo-lhe um novo rótulo que abre suas capas para leitores não vinculados às religiões tradicionais, mas que se interessam pelos clássicos.
Downloads
Referências
ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora UNESP, 2006.
ALTER, Robert. The Hebrew Bible: a translation with commentary (vol. 1: the five books of Moses – Torah). New York/London: W. W. Norton & Company, 2019.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2011.
BÍBLIA. Vol. I: Novo Testamento: os quatro Evangelhos. Tradução do grego, apresentação e notas por Frederico Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
BÍBLIA. Vol. II: Novo Testamento: apóstolos, epístolas, Apocalipse. Tradução do grego, apresentação e notas por Frederico Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
BORGES, Jorge Luis. Sobre os clássicos. In: ______. Nova antologia pessoal. São Paulo: Difel, 1986.
BOTTON, Alain de. Religião para ateus. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011.
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CULLER, Jonathan. Literary theory: a very short introduction. New York: Oxford University Press Inc., 2011.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
LOURENÇO, Frederico. O livro aberto: leituras da Bíblia. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2017.
Os Evangelhos: uma tradução. Tradução, apresentação e notas Marcelo Musa Cavallari; prefácio João Angelo Oliveira Neto. Cotia, SP: Ateliê Editorial; Araçoiaba da Serra, SP: Mnêma, 2020.
KUGEL, James L. Como ler a Bíblia: um guia para a escritura ontem e hoje. Vol. 1. São Paulo: Via Lettera, 2012.
MATOS, Taís. Poema erótico, traduções erradas e histórias épicas: como a Bíblia pode ser lida além da religião. G1 (on-line). Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/01/05/poema-erotico-traducoes-erradas-e-historias-epicas-como-a-biblia-pode-ser-lida-alem-da-religiao.ghtml. Acesso em: 07 jan. 2022.
MILES, Jack. Deus, uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
PUCHNER, Martin. O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
SCHÜLER, Donaldo. Literatura Grega: irradiações. Cotia: Ateliê, 2018.
VAN OYEN, Geert. Ler o Evangelho de Marcos como um romance. São Paulo: Loyola, 2020.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Anderson de Oliveira Lima
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores autorizam a cessão, após a publicação, de seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, bases de dados de acesso público e similares.