Diferença e repetição no nóstos de Odisseu: O discurso de Euricleia para o mendigo estrangeiro (Od. XIX, 363-381)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v31i1.539

Palavras-chave:

Odisseia, cena de reconhecimento, Odisseu, Euricleia.

Resumo

Partindo de considerações sobre a importância de personagens “menores” para o desenrolar da Odisseia (como é o caso de Eumeu e Euricleia), o presente artigo atenta para uma série de nuances presentes no canto XIX e reflete sobre a forma anelar segundo a qual esse trecho se desenvolve, em torno ao reconhecimento de Odisseu por sua velha serva. Contrariando a leitura tradicional dessa passagem, defendemos que esse reconhecimento não apenas é desejado por Odisseu, mas é motivado – de uma perspectiva interna à lógica da narrativa – pela necessidade de restabelecimento das bases fundamentais para que o rei ausente readquira o seu nome e a sua história antes de readquirir o seu poder de fato.

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Biografia do Autor

  • Rafael Guimarães Tavares da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
    Estudante de Língua e Literatura Clássicas (Grego Antigo), doutorando no POS-LIT da UFMG, com interesses que vão da Filosofia e da História (Antigas e Contemporâneas) à Teoria da Literatura, além de teoria e prática da Tradução. Elaborou uma monografia sobre Uma poética de Platão (cujos capítulos têm sido publicados em periódicos) e desenvolve uma dissertação chamada Arqueologias do drama: uma arqueologia dramática. Atualmente é co-organizador do Seminário de Estudos Clássicos e Medievais, ligado ao NEAM, em cooperação com os profs. Teodoro Rennó Assunção (2016/01) e Olimar Flores-Jr. (2016/02), ambos da FALE-UFMG. Leciona, desde 2016, a disciplina de Literatura Comparada (e anteriormente também a de Linguística Comparada) no Apoio Pedagógico da FALE-UFMG.

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Publicado

2018-08-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, R. G. T. da. (2018). Diferença e repetição no nóstos de Odisseu: O discurso de Euricleia para o mendigo estrangeiro (Od. XIX, 363-381). Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 31(1), 9-24. https://doi.org/10.24277/classica.v31i1.539