A antropologia, a mitologia e sua escrita

Autores

  • Ordep José Trindade Serra Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v11i11/12.447

Palavras-chave:

mito, mítica, mitografia, mitologia clássica, antropologia, helenismo.

Resumo

Este artigo trata de problemas relativos à definição de um conceito antropológico de mito e da aplicabilidade das noções de mito e mitologia na perspectiva de estudos transculturais. Chama-se aqui a atenção para a singularidade da “mitologia clássica” enquanto uma construção histórica particular, resultado da prática dos mitógrafos, e adverte-se a necessidade de distinguir entre "mítica" e "mitologia". Procura-se mostrar a importância dos estudos clássicos na configuração do horizonte da Antropologia. Discute-se a afirmação de Lévi-Strauss de que um mito é logo reconhecível como mito “por qualquer leitor do mundo”; sua apreciação da mitologia grega e comparada com a visão de um helenista, Eudoro de Sousa, que também se preocupou com a singularidade da mítica dos helenos. No interesse de esclarecer o sentido de “mito” como categoria antropológica, procura-se ainda reconsiderar a (moderna) oposição teórica dos conceitos de mythos e lógos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AGOSTINHO, P. Mitos e Outras Narrativas Kamayura. Salvador: EDUFBA, 1974.

BELLOUR, R. Entretien avec Claude Levi-Strauss. Les Lettres Françaises, n. 1165, p. 1-7, jan. 1967.

BURKERT, W. Structure and History in Greek Mythology and Ritual. Berkerley: Los Angeles: University of California Press, 1979.

CALAME, C. (Ed.). Metantorphoses du Mythe en Grece Ancienne. Geneve: Labor et Fides, 1988.

CAVALCANTI DE SOUZA, J. (Ed.). Os Pré-Socráticos. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1978.

DETIENNE, M. L'Invention de la Mythologie. Paris: Gallimard, 1981.

DETIENNE, M. Dionysos mis à mort. Paris: Gallimard, 1986.

DETIENNE, M. "Mito/Rito". Encicolopedia Einaudi. Porto: Casa da Moeda, 1987. XII: 58-74.

GRAF, F. “Ovide, les Metamorphoses et la Véracité du Mythe”. In: CALAME, C. (Ed.). Metamorphoses du Mythe en Grece Ancienne. Geneve: Labor et Fides, 1988.

HEIDEGGER, M. Lógos. In: SOUSA, J. Cavalcanti de et al. Os Pré-Socráticos. São Paulo: Abril, 1978.

JACOB, C. L’Ordre Genéalogique entre le Mythe et l’Histoire. In: DETIENNE, M. (Org.). Transcrire les mythologies. Tradition, écriture, historicité. Paris: Albin Michel, 1994.

JAEGGER, W. Paidéia. São Paulo: Martins Fontes, 1963.

JAKOBSON, R. Linguistica e Comunicacao. Sao Paulo: Cultrix, 1974.

KIRK, G. S. Myth: its meaning and function in ancient and other cultures. Cambridge: C.U.P., 1970.

LÉVI-STRAUSS, C. Du mie1 aux cendres. Paris: Plon, 1966.

LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

LÉVI-STRAUSS, C. Como eles morrem. In: VÁRIOS AUTORES. Atualidade do mito. São Paulo: Duas Cidades, 1977.

OTTO, W. Der Mythos und das Wort (Mythe et Parole). In: DAVID, Pascal (Ed. e Trad.). Essais sur le Mythe. Paris: TER, 1987.

SERRA, O. J. O simbolismo da cultura. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1991.

SEZNEC, J. Los dioses de la Antiguedad en la Edad Media y el Renacimiento. Madrid: Taurus, 1985.

SOUSA, E. de. Dioniso em Crera e outros ensaios. São Paulo: Duas Cidades, 1973.

SOUSA, E. de. Mitologias. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1980.

STEINER, G. Les Antigones. Paris: Gallimard, 1986.

TONYBEE, A. J. Helenismo, história de uma civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.

VERNANT, J.-P. Frontieres du Mythe. Paris: CLG, 1996.

Downloads

Publicado

1999-12-04

Edição

Seção

Escrita e Oralidade no Mundo Antigo

Como Citar

Serra, O. J. T. (1999). A antropologia, a mitologia e sua escrita. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 11(11/12), 14-35. https://doi.org/10.24277/classica.v11i11/12.447