Electra e Orestes: os efebos euripidianos na khóra de Argos

Autores

  • Márcia Cristina Lacerda Ribeiro Universidade do Estado da Bahia - UNEB

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v29i1.354

Palavras-chave:

Eurípides, Electra, Efebia.

Resumo

Este artigo pretende analisar a Electra de Eurípides, sob um ângulo específico – o exame da efebia (ephebeia). O drama de exclusão-inclusão de Electra e Orestes, somado ao espaço de ação, a fronteira, levou-nos a conjecturar que os jovens vivenciam conjuntamente a instituição militar conhecida como efebia, um ritual de iniciação masculino. Em que pese a efebia ser exclusiva do universo masculino, desenvolvemos a ideia de os heróis formarem uma unidade, uma única persona – o vingador/justiceiro; portanto, ambos participam do mesmo ritual. Comparamos alguns aspectos da instituição com as ações desenvolvidas pelos protagonistas e cogitamos da possibilidade de, no nível do texto poético, assistir a efebia trágica.

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Biografia do Autor

  • Márcia Cristina Lacerda Ribeiro, Universidade do Estado da Bahia - UNEB
    Professora de História Antiga da Universidade do Estado da Bahia UNEB. Membro do LABECA (Laboratório de Estudo sobre a Cidade Antiga). Doutora em História Antiga pela Universidade de São Paulo - USP.

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Publicado

2016-03-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Lacerda Ribeiro, M. C. (2016). Electra e Orestes: os efebos euripidianos na khóra de Argos. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 29(1), 7-27. https://doi.org/10.24277/classica.v29i1.354