Crocodilites: retrato de um sofisma sem solução

Autores

  • Rui Miguel Duarte Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.14195/2176-6436_23_2

Palavras-chave:

crocodilites, estado de causa, questões mal formadas, nconclusiva, reversível

Resumo

Entre as anedotas e enigmas em circulação na Antiguidade, havia um género que os Estoicos designaram por ?????????????, em virtude de numa das suas variantes o protagonista ser um crocodilo. Característico deles era a impossibilidadede conclusão, de modo que, por onde quer que se procurasse abordá-los, resultavsempre o contrário. Examinar-se-ão as variantes conhecidas destas historietas. Em alguns casos só as personagens mudavam. Porém, embora artificiais, elas não eram meras anedotas. Pelo contrário, faziam, desde os Estoicos até a doutrina das ??????? de Hermógenes de Tarso e seus escoliastas, as delícias de dialécticos e retóricos, como ????? (inconclusivos). E nesses meios foram cultivadas como pretextos paraexercícios de escola. A sua popularidade e tradição são pois por assim dizer uma questão de recepção. Por outro lado, é porque geravam debates que não chegavam a sê-lo que se pode entendê-las como um problema de performance, ou da sua negação.

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Publicado

2010-09-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Duarte, R. M. (2010). Crocodilites: retrato de um sofisma sem solução. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 23(1/2), 20-41. https://doi.org/10.14195/2176-6436_23_2