Namoro e liberdade amorosa no Ocidente grego segundo a iconografia dos vasos italiotas (séc. V-IV a.C.)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v33i2.870

Palavras-chave:

Erótica heterossexual, liberdade amorosa, iconografia, Magna Grécia, Taranto, Apúlia.

Resumo

Entre o último terço do século V e as primeiras décadas do século III a.C., desenvolveu-se no sudeste da Itália uma importante indústria cerâmica. Os chamados “vasos italiotas”, de tradição grega, foram produzidos inicialmente nas cidades gregas da costa do Mar Jônico (Metaponto, Tarento) e, a partir de meados do séc. IV, também nos núcleos urbanos indígenas mais desenvolvidos (e.g. Canosa, Ruvo). As cenas de namoro heterossexual, raramente representadas na iconografia ática, evoluem na pintura dos vasos ápulos para cenas de intensas carícias entre os amantes, expressas por meio de uma linguagem visual erótica muito rica, em que noivo e noiva estão muito próximos fisicamente, incluindo abraços e beijos. Essa nova erótica resulta de um ambiente repleto de trocas culturais, que caracteriza o mundo colonial grego.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fábio Vergara Cerqueira, Universidade Federal de Pelotas

    Pesquisador CNPq PQ1 em Arqueologia Histórica, Professor Titular do Departamento de História, UFPel. Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, UFPel; Programa de Pós-Graduação em História, UFPel; Pesquisador Fundação Humboldt - Alemanha; Pesquisador associado ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada - UFRJ, no âmbito do Programa Institucional de Pós-Doutorado.

Referências

AHRENS, S. Die italische Rechteck-Kithara. Untersuchungen zu Form, Funktion und Geschichte eines westgriechischen Musikinstrumentes. Trabalho de Conclusão de Curso. Bochum, 1998.

ANDERSON, J. K. Preface. In: SMITH, H.R.W. Funerary Symbolism in Apulian Vase-Painting. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1976, p. 03-12.

BAGGIO, Monica. I gesti della seduzione: trace di comunicazione non-verbale nella ceramic greca tra 6. e 4. secolo a. C. Roma: L’Erma di Bretschneiderr, 2003.

BENDINELLI, G. Antichi vasi pugliesi con scene musicali. Ausonia, p. 185-210, 1919.

BOTHMER, Dietrich von. An archaic red-figured kylix. Getty Mus., 5, 14, 1986, p. 5-11.

CABRERA BONET, Paloma. En los límites de Dioniso. Actas del Simposio celebrado en el Museo Arqueológico Nacional, Madri, 20 de junio de 1997, Murcia, 1998, p. 61-87.

CALAME, Claude. L’Éros dans la Grèce antique. Paris: Éd. Belin, 1996.

CAMBITOGLOU, Alexander. ADONIS. His representations in South Italian Vase-painting. Hellas et Roma, vol. XVIII. Bern: Peter Lang, 2018.

CASSIMATIS, Hélène. Le lébès à anses dressées italiote à travers la collection du Louvre. Cahiers du Centre Jean Bérard, XV. Nápoles: Centre Jean Bérard, 1993.

CASSIMATIS, H. Propos sur le calathos dans la céramique italiote. In: DESCŒDRES, J.-P (ed.). ΕΥΜΟΥΣΙΑ. Ceramic and Iconography Studies in Honour of Alexander Cambitoglou. Sidney: Mediterranean Archaeology Suppl. 1, 1990, p. 195-201, pr. 33.

CAVALIER, Odile. Silence et fureur. La femme et le mariage en Grèce. Les Antiquités grecques du Musée de Calvet. Avignon: Fondation Musée Calvet, 1996, p. 434-448.

CHEVITARESE, André Leonardo. Uma nova proposta de interpretação do prato ático de figuras negras (B.6094) do Santuário de Hera. Dimensões. Revista do Departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo, v. 9, p. 7-15, 2001.

CURTI, Fabia. La céramique de Gnathia du Musée d’art et d’histoire de Genève. Geneva, Musée d’art et d’histoire de Genève, 1998.

DE SIMONE, Carlo. Su Tabaras (femm. –A) e la diffusione dei culti misteriosofici nella Messapia. Studi Etruschi, 50, p. 177-197, 1982.

DOMÍNGUEZ MONEDERO, Adolfo Jerónimo. Consideraciones acerca del papel de la mujer en las colonias griegas del Mediterrráneo occidental. In: GARRIDO GONZÁLEZ, E. (ed.). La mujer en el mundo antiguo. Madri, 1986 (Actas de las V Jornadas de Investigación Interdisciplinaria: Seminario de Estudios de la Mujer, Madri, 1985), 1986, p. 143-152.

DOVER, K.J. A Homossexualidade na Grécia Antiga. São Paulo: Nova Alexandria, 1994.

ESPOSITO, Arianna, ZURBACH, Julien. Femmes indigènes et colons grecs. In: ROUILLARD, P. (ed.) Portraits de migrants, Portraits de colons II. Colloques de la Maison Renée Ginouvès, 6. Paris, 2010, p. 51-70.

FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga. São Paulo: Atual Ed., 1996.

FORTI, Ligia. La vita quotidiana. In: PUGLIESE CARRATELLI, Giovanni (ed.). Magna Grecia. Vita religiosa e cultura letteraria, filosofica e scientifica. Milano: Electa, 1988.

GOLDEN, Mark. Children and Childhood in Classical Athens. Baltimore: The John Hopkins University, 1990.

HERMANY, Antoine; LEGUILLOUX, Martine; CHAUKOWISKI, Véronique & PETROPOULOU, Angiliki. Sacrifices, Grèce. In: THESAURUS CULTURS ET RITUUM ANTIQUORUM (ThesCRA), I: Processions – Sacrifices – Libations – Fumigations – Dedications. Los Angeles, The J. Paul Getty Museum.

HURSCHMANN, Rolf. Symposienszenen auf unteritalischen Vasen. Würzburg: Verlag Königshausen und Neumann, 1997.

KEULS, Eva. The Reign of the Phallus. Sexual Politics in Ancient Athens. Nova Iorque: Harper & Row, 1985.

KUNZE-GÖTTE, Erika. Frauengemachbilder in der Vasenmalerei des fünften Jahrhunderts. (Doutorado) Munique, 1957.

LESSA, Fábio de Souza. Mulheres de Atenas. Mélissa do gineceu à agorá. Rio de Janeiro: Laboratório de História Antiga, IFCS/UFRJ, 2001.

LISSARRAGUE, François. A figuração das mulheres. In: SCHMITT-PANTEL, Pauline (org.). História das Mulheres. São Paulo: Ebradil, 1993, p. 203-271.

LOPES, Andréia da Rocha. A harpa e o feminino na Magna Grécia: iconografia dos instrumentos musicais na pintura dos vasos ápulos (séc. V e IV a.C.). Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em História. Pelotas, Universidade Federal de Pelotas, 2016.

MASTRONUZZI, Giovanni; CIUCHINI, Paolo. Offerings and rituals in a Messapian holy place: Vaste, Piazza Dante (Puglia, Southern Italy). World Archaeology, 43/4, p. 676-701, 2011.

MOSSÉ, Claude. La femme dans la Grèce antique. Paris: Albin Michel, 1989.

PATRONI, Giovanni. s.v. “Apuli, vasi”, Enciclopedia Italiana, 1929. Access in: http://www.treccani.it/enciclopedia/vasi-apuli_(Enciclopedia_Italiana)/

REEDER, Ellen D. (org.) Pandora. Women in Classical Greece. Baltimore/Maryland: The Walters Gallery of Art; Princeton/New Jersey: Princeton University Press, 1995.

REINSBERG, Carola. Ehe, Hetärentum und Knabenliebe im Antiken Griechenland. Munique: Verlag C. H. Beck, 1993.

SABETAI, Victoria. Aspects of nuptial and genre imagery in fifth-century Athens. Issues of interpretation and methodology. In: OAKLEY, John. H.; COULSEN, Willian D. E.; PALAGIA, Olga (orgs.). Athenian Potters and Painters. The Conference Proceedings. Oxford: Oxbow Monographs in Archaeology, 1997, p. 319-335.

SCHAUENBURG, Konrad. Frauen am Fenster. Römische Mitteilungen, 79, p. 01-15, 1972.

SIMON, Erika; SARIAN, Haiganuch & MELANEZI, Sílvia. Fumigations. In: THESAURUS CULTURS ET RITUUM ANTIQUORUM (ThesCRA), I: Processions – Sacrifices – Libations – Fumigations – Dedications. Los Angeles, The J. Paul Getty Museum, 2005.

SLAVAZZI, Sena Chiesa-F. Ceramiche attiche e magnogreche. Collezione Banca Intesa II. Milão: Electa, 2006.

SMITH, Henry Roy William. Funerary Symbolism in Apulian Vase-Painting. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1976.

VERGARA CERQUEIRA, Fábio. The Apulian cithara, a musical instrument of the love sphere: social and symbolic dimensions according to space representation. In: MONTEL, Sophie; POLLINI, Airton (org.). La question de l’espace au IVe siècle av. J.-C. dans les mondes grec et étrusco-italique: continuités, ruptures, reprises. Collection Institut des sciences et techniques de l’Antiquité (ISTA). Besançon: Presses universitaires de Franche-Comté, 2018, p. 277-306.

VERGARA CERQUEIRA, Fábio. Sentimentos íntimos femininos vistos pela poesia imagética dos pintores de vaso: representação iconográfica do casamento e do amor matrimonial na cerâmica ática (séculos VI e V a.C.). In: CORNELLI, Gabriele; GUERREIRO DA COSTA, Gilmário. Estudos Clássicos II: História, Literatura e Arqueologia. Paris; Brasília: UNESCO; Cátedra Archai, 2013, v. II, p. 85-118. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002242/224263por.pdf

VERGARA CERQUEIRA, Fábio. Homoerotismo, sedução e violência na Grécia antiga. Presentes e raptos, visões da pederastia na iconografia da cerâmica ática (séc. V a.C.). In: GRILLO, José Geraldo Costa et al. Sexo e violência. Realidades antigas e questões contemporâneas. São Paulo: Annablume, 2011, p. 73-102.

VERGARA CERQUEIRA, Fábio. Os instrumentos musicais na vida diária da Atenas tardo-arcaica e clássica (540-400 a.C.). O testemunho dos vasos áticos e de textos antigos. 3 vols. (Doutoramento). São Paulo, Universidade de São Paulo, 2001.

WEBER-LEHMANN, C. Musik um Adonis. Beobachtungen zur Rechteckkithara auf apulischen Vasen. In: SCHMALTZ, Bernhard, SÖLDNER, Magdalene (eds.), Griechische Keramik im kulturellen Kontext (Akten des Internationalen Vasen-Symposions in Kiel vom 24.-28.9.2001), Kiel, Christian-Albrechts-Universität, 2003, p. 160-166.

ZEVI, Elena. Scene di gineceo e di idillio nei vasi greci della seconda metà del secolo quinto. Memorie della R. Accademia Nazionale dei Linci, serie VI, 6, 4, 16, p. 341-69, 1938.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Vergara Cerqueira, F. (2020). Namoro e liberdade amorosa no Ocidente grego segundo a iconografia dos vasos italiotas (séc. V-IV a.C.). Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 33(2), 29-60. https://doi.org/10.24277/classica.v33i2.870