Brekekekex Koax Koax: Grenouilles-déesses de Grèce

Autores

  • Pierre Lévêque Centre de Recherches d’Histoire Ancienne Faculté de Lettres Université de Franche-Comte (Besançon)

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v5i1.551

Palavras-chave:

Rãs, deusas-rãs, literatura, mitologia, religião, Grécia.

Resumo

A partir da referência a rãs, na inscrição da base de um trípode déifico, pretende-se, à luz de dados epigráficos e literários, definir a figura de Deusas-rãs na Grécia. Assim, na Macedônia, existiu uma Ártemis-rã (Ártemis Blaganîtis); o simbolismo religioso das rãs transparece nas Rãs de Aristófanes, onde elas constituem o coro. Sua importância A assinalada ao se comparar o texto de Aristófanes com um hino do Rig-Veda (VII, 13) consagrado às rãs. Pouco integrada no mito, deve-se, no entanto, ressaltar alguns mitos de transformação de inimigos em rãs, na Grécia e também em outras culturas. Finalmente o estudo do vocabulário acrescenta novas luzes à documentação discutida. A rã não é uma protagonista, como outros animais, no imaginário grego, mas representa também um papel que merece destacar. Tem uma função semântica que é a de significar a vida saltitante e criativa do meio aquático e dos animais que o povoam. Está ligada à mulher, associada à sua vida sexual, encarna a fecundidade, a fertilidade, a renovação do mundo. Daí ser próxima das deusas a quem ela é ofertada e das quais é uma saltitante hipóstase, quer se trate de Mães ou de uma filha como Ártemis, que se deleita também na umidade dos pântanos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BODSON, L. Hiera Zoia. Bruxelles, 1978.

CHANTRAINE, P. Dictionnaire étymologique de la langue grecque. Paris: Klincksieck, 1968.

DEONNA, W. Sauriens et batraciens. Revue des Études Grecques, Paris, v. 32, p. 146-150, 1919.

DEONNA, W. L’ex-voto de Cypselos à Delphes. Revue de l’Histoire des Religions, Paris, v. 139, n. 2, p. 162-207, 1951.

DEONNA, W. La femme et la grenouille. Gazette des Beaux-Arts, Paris, v. 40, p. 230-240, 1952.

EITREM, S. Varia, Symboles Osloenses. Oslo, 1932.

GALLET DE SANTERRE, H. Délos primitive et archaïque. Paris: De Boccard, 1958.

HATZOPOULOS, M.-B. Artémis Digaia Blaganitis en Macédoine. Bulletin de Correspondance Hellénique, Paris, v. 111, p. 397-412, 1987.

JEAN, G. Le pouvoir des contes. Paris: Casterman, 1981.

LANG, A. Myth, ritual and religion. Londres, 1906. [reimpression New York, 1968]

MOTTE, A. Prairies et jardins de la Grèce antique. Bruxelles: Palais des Academies, 1973.

PERNY, B.-E. Babrius and Phaedrus. Harvard: Harvard University Press, 1965.

SEBILLOT, P. Le folk-lore de France (réimpression). Paris: E. Guilmoto, 1968.

WHITE, J.-W. The verse of Greek comedy. Londres, 1912.

Publicado

1993-12-01

Edição

Seção

Filosofia, Literatura, História, Antropologia

Como Citar

Lévêque, P. (1993). Brekekekex Koax Koax: Grenouilles-déesses de Grèce. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 5(1), 149-156. https://doi.org/10.24277/classica.v5i1.551