Passado e presente: Sicília e Mileto, Roma e Afrodísias no romance de Cáriton

Autores

  • Adriane da Silva Duarte Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24277/classica.v29i1.349

Palavras-chave:

romance antigo, Cáriton, Quéreas e Calírroe, Afrodísias, Roma.

Resumo

Quéreas e Calírroe, romance de Cáriton de Afrodísias (I d.C.), tem como ponto de partida e de retorno do par protagonista a cidade de Siracusa, na Sicília do início do século IV a.C.. Uma parte considerável da ação, contudo, se passa em Mileto, para onde se desloca a heroína. Procura-se investigar aqui as razões dessa opção de Cáriton, que já na primeira sentença de sua obra proclama sua nacionalidade, alertando o leitor que o autor é um grego que vive na periferia do império romano. A hipótese é que a escolha por situar a ação do romance no passado reflita menos a emulação do relato historiográfico, especialmente o de Tucídides, mas antes uma estratégia para tratar indiretamente da relação entre Afrodísias e Roma no presente.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Adriane da Silva Duarte, Universidade de São Paulo
    Professora associada do DLCV, FFLCH/USP; bolsista do CNPq/Pq

Referências

APPIAN. Roman History, v. III. Edição de Mendelssohn revisada por Vierecks. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2002 [1913].

BADIAN, E. Notes on some documents from Aphrodisias concerning Octavian. Greek, Roman, and Byzantine Studies, v. 25, p. 157-70, 1984.

BAKHTIN, M. Formas de tempo e de cronotopo do romance (Ensaios de poética histórica). In: _____. Questões de literatura e estética. (A teoria do romance). Tradução de Bernardini, A. F. e outros. São Paulo: Hucitec, 1988, p. 211-62.

BASLEZ, M.-F. De l’histoire au roman: la Perse de Chariton. In: Baslez, M.-F.; Hoffmann, Ph.; Trédé, M. (ed.). Le monde du roman grec. Paris: Presses de l’École Normale Supérieure, 1992, p. 199-212.

BOWIE, E. The construction of classical past in the ancient Greek novels. In: Eklund, S. (ed.). Συγχάρματα. Studies in honor of Jan Frederik Kindstrand. Stockholm: Elanders Gotab, 2006, p. 1-20.

BOWIE, E. The chronology of the earlier Greek novels since B. E. Perry: revisions and precisions. Ancient Narrative, v. 2, p. 47-63, 2002.

BRANDÃO, J. L. A invenção do Romance. Brasília: Editora da UnB, 2005.

BRANDÃO, J. L. Qual romance? (Entre antigos e modernos). Eutomia, v. 12, n. 1, p. 80-99, 2014.

BRODY, L. R. The cult of Aphrodite at Aphrodisias in Caria. Kernos, v. 14, p. 93-109, 2001.

CHARITON. De Callirhoe narrationes amatoriae Chariton Aphrodisiensis. Edição de B. P. Reardon. Monacchi: K. G. Saur, 2004.

de CHAISEMARTIN, N. Afrodisia, Roma e i troiani, Omaggio a M. Squarciapino. Archeologia Classica, v. XLIX, p. 29-46, 1997.

CHANIOTIS, A. Vom Erlebnis zum Mythos: Identitätskonstruktionen im Kaiserzeitlichen Aphrodisias. In: Schwerthelm, E.; Winter, E. (ed). Stadt und Stadtentwicklung in Kleinasien. Bonn: Habelt, 2003, p. 69-84.

CONNORS, C. Chariton’s Syracuse and its histories of empire. In: Paschalis, M.; Fragoulidis, S. (ed.). Space in the Ancient Novel. Ancient Narrative, Supplementum 1. Gronningen: Barkhuis Publishing & University Library Gronningen, 2002, p. 13-26.

EDWARDS, D. Defining the web of power in Asia Minor: the novelist Chariton and his city Aphrodisias. Journal of the American Academy of Religion, v. 62, n. 3, p. 699-718, 1994.

EWALD, B. C. Resenha de Roland R. R. Smith, The Marble Reliefs from the Julio-Claudian Sebasteion. Aphrodisias, 6. Mainz: Verlag Philipp von Zabern, 2013. Bryn Mawr Classical Review 2014.09.40 (Disponível em: <http://bmcr.brynmawr.edu/2014/2014-09-40.html>. Acesso em: 29 maio 2015.)

HUNTER, R. History and historicity in the romance of Chariton. In: Haase, W.; Temporini, H. (ed.). Aufstieg und Niedergang der römischein Welt. Teil II: Principat, v. 34, n. 2. Berlin: Walter de Gruyter, 1994, p. 1055-86.

LAPLACE, M. Les légendes troyennes dans le “Roman” de Chariton Chairéas et Callirhoé. Revue des Études Grecques, v. 93, p. 83-125, 1980.

PERRY, B. The ancient romances: a literary-historical account of their origins. Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 1967.

PLUTARQUE. Sylla. In: Vies. Tome VI. Texte établi et traduit par R. Flacelière et Émile Chambry. Paris: Belles Lettres, 1971.

ROBERT, L. Inscriptions d’Aphrodisias. Prèmiere partie. L’Antiquité classique, v. 35, n. 2,

p. 377-432, 1966.

SANTANGELO, F. Why ‘Sulla Epaphroditos’? In: ______. Sulla, the elites and the empire. Leiden: Brill, 2007, p. 199-213.

SCHWARTZ, S. Rome in the Greek novel? Images and ideas of empire in Chariton’s Persia. Arethusa, v. 36, p. 375-94, 2003.

STEPHENS, S. Cultural identity. In: Whitmarsh, T. (ed.). The Greek and Roman Novel. Cambridge: Cambridge University Press, 2008, p. 56-71.

TILG, S. Chariton of Aphrodisias and the invention of the Greek love novel. Oxford: Oxford University Press, 2010.

TRZASKOMA, S. M. Why Miletus? Chariton’s choice of setting and Xenophon’s Anabasis. Mnemosyne, v. 65, p. 300-7, 2012.

VIRGÍLIO. Eneida. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Organização de João Angelo de Oliva Neto. São Paulo: Editora 34, 2014.

WHITMARSH, T. Narrative and identity in the ancient Greek novel. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

Downloads

Publicado

2016-03-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Duarte, A. da S. (2016). Passado e presente: Sicília e Mileto, Roma e Afrodísias no romance de Cáriton. Classica - Revista Brasileira De Estudos Clássicos, 29(1), 67-80. https://doi.org/10.24277/classica.v29i1.349